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A turma do Slashdot captou uma série de perguntas feitas pelos leitores do site e foram repassadas à Eben Upton. Lembrando que a fundação costuma ser uma caixinha de surpresas, então algumas afirmações podem ser divergentes do seu real futuro. Levando em conta as devidas respostas, organizei os seguintes pontos abaixo sobre o Raspberry Pi:
- Em uma pergunta sobre o futuro da fabricação do Raspberry Pi no Reino Unido Eben conta que a produção em solo nacional não era uma questão patriótica mas sim econômica. Segundo ele, a fabricação na china faz mais sentido se você está vendendo para o oriente. Em relação com a saída da união europeia ele cita que não vê possíveis barreiras tarifárias após a saída e que eles já exportam sem problemas para diversos países que nem sequer fazem parte da Europa. Nota do EverPi: o Raspberry Pi também é fabricado na china como muitos devem saber, mas nem por isso deixam de ser originais. Não existe Raspberry Pi falso, somente a câmera oficial (ao menos o modelo antigo) que há clones com o mesmo sensor.
- Não há intenção alguma de criar firmwares assinados, não impedindo o funcionamento do futuro firmware de código aberto que está sendo construído pela comunidade.
- Pergunta sobre o futuro do Raspberry Pi A+ e Zero: Eben reafirma sobre o A+ o que já foi dito e que citamos no post do Raspberry Pi 3 Modelo B. Eles planejam lançar em um futuro próximo o Raspberry Pi 3 Modelo A, com formato do A+ mas com o SoC BCM2837 e Wi-Fi. Quanto ao Raspberry Pi Zero, devido utilização de memória no formato PoP para manter seu formato pequeno e single side, o aumento de memória parece ser um desafio (Lembrando que nos modelos 2B e 3B a memória fica em baixo da placa). Em alguns anos se justificável poderão trazer um chip mais moderno para o modelo. Em relação a disponibilidade do modelo, ele cita que no momento estão se concentrando na produção do Zero para conseguir ser suprido mesmo com o racionamento (1 por cliente lembram?). Sua ideia é que no ano que vem consigam distribuir a placa diretamente em outros países da europa, além de talvez Austrália e Japão. Ele conta que também gostaria de ver a placa em mais lojas físicas, sendo que atualmente somente a Microcenter faz isso (estamos falando aqui de valor oficial pessoal). Pelas palavras dele, o racionamento da placa não terminará em um futuro próximo.
- Em uma das respostas para a pergunta sobre o que ele se arrepende de ter feito é em relação ao Epiphany. Eben conta que não deveria ter gasto dinheiro para customizar o navegador Epiphany e que a inclusão do Chromium (com os devidos patches) deveria já ter sido feita logo após Raspberry Pi 2.
- Pergunta em relação à slot SO-DIMM, SATA e rede Gigabit. Eben diz estarem cientes que a memória e conectividade estão provavelmente na linha para a próxima atualização. Entretanto ele cita que é um desafio colocar esses recursos com um valor de US$35 (e que eles querem manter). Além disso para esses recursos serem realidade será necessário redesenhar o SoC, ele diz que não é viável adaptar na atual linha BCM283x e que portanto estariam falando de 2 ou 3 anos. Quanto ao SO-DIMM ele diz que embora seja um conceito interessante, precisaria de um novo formato e o custo aumentaria.
- Pergunta em relação ao USB-C e USB 3.1. Eben diz que é provável que o próximo Raspberry Pi (aqui ele provavelmente está falando de um 4B) utilize a conexão USB-C para alimentação[1] devido ao limite de energia do MicroUSB. Em relação ao USB 3.x é algo que só poderá chegar em um novo SoC.
[1] Nota do EverPi: Lembram que comentei em um post sobre o MicroUSB suportar por padrão mínimo 1.8A?
- Sobre o Raspberry Pi 4 e recursos como USB 3.0, Gigabit, interface SD mais rápida. Eben upton diz que são recursos que poderão vir no futuro mas que é um longo caminho para integrar tudo isso no silício (SoC) e que utilizar componentes externos para suportá-los não é viável devido ao custo. Quanto ao SD, Eben diz que há uma modificação de software relacionada ao maior desempenho do SD e que pretendem liberar em um futuro próximo.
- Segundo ele nada de 4GB em um futuro próximo devido ao custo, sendo 2GB mais plausível em alguns anos. Nada de RTC que segundo ele seria um custo desnecessário por poucos precisarem de um.
- Em uma questão envolvendo maior consumo em modelos futuros mais poderosos Eben diz que praticamente já atingiram o limite de dissipação da placa e está relutante em adicionar dissipadores e similares. Eles irão focar em um SoC feito com um processo mais eficiente para ter mais desempenho sem aumentar a dissipação. Ele cita que esse é um dos motivos que ele diz que o Raspberry Pi 3 terá um tempo de vida maior no mercado do que o Raspberry Pi 2 teve.
Nota do EverPi: Ou seja, na teoria não esperem por um Raspberry Pi 4 no ano que vem, entretanto, como já aconteceu outras vezes, a fundação é cheia de surpresas.
- Pergunta sobre o custo total para usar o Raspberry Pi ser mais do que US$35. Eben diz que a integração de recursos na placa tem ajudado, os exemplos são o Wi-Fi/Bluetooth no Raspberry Pi 3 e nos anteriores a inclusão de mais 2 portas USB dispensando o uso de HUBs para muitos. Ele diz ainda que trabalham muito para manter o custo baixo e a qualidade alta. Embora tenham um pouco de lucro no case para recuperar o gasto com o molde de injeção (termoplástico), ele é inexistente na fonte de alimentação e cartão SD oficiais.
Outras perguntas e mais detalhes podem ser vistos no post original no Slashdot (em inglês): https://hardware.slashdot.org/story/16/09/29/0018255/the-slashdot-interview-with-raspberry-pi-founder-and-ceo-eben-upton
Complicado é o RPi Zero que é bastante difícil de conseguir. Se melhorar o Zero ou fazer um upgrade no A parece mais fazer pensar nisso para o proximo ano do que um RPi 4B.
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